22 de fevereiro de 2011
Sempre que pode, o prefeito de Feira de Santana (BA), o médico Tarcízio Pimenta, gosta de conferir pessoalmente a qualidade do atendimento em saúde na cidade. Para isso, entra no Sistema de Saúde Digital do município, escolhe um paciente que tenha acabado de ser atendido e possua telefone celular, e liga para ele. “Quem atende geralmente não acredita”, conta Verlânio Gallindo, assessor de projetos especiais da prefeitura e responsável pela implantação do sistema. “Pensam que é trote, mas então o prefeito vai entrando nos detalhes do atendimento, porque está vendo o prontuário da pessoa, e eles acabam acreditando e respondem”, diz Verlânio. Os detalhes são muitos, e estão disponíveis para quem tem acesso autorizado.
O sistema nasceu no início de 2009, a partir de um pedido do próprio prefeito: ele estava cansado de ouvir reclamações dos pacientes na principal rádio da cidade. A pior situação era a da policlínica do Tomba, bairro pobre que é o mais populoso da cidade (Feira de Santana tem 542.476 mil habitantes, se
gundo 0 IBGE) Ali, funcionando 24 horas por dia, a policlínica atende de 300 a 400 pessoas diariamente, em urgências e emergências.
“Nós colocamos no sistema todas as tarefas que eram manuais e retardavam o atendimento”, explica Verlânio. Agora, ao chegarem, os pacientes informam dados para um cadastro, são fotografados e suas impressões digitais são capturadas para serem identificados rapidamente quando retornarem. Na etapa de triagem, as enfermeiras incluem dados vitais do paciente e a classificação inicial de risco que eles apresentam. “A partir disso o sistema organiza a fila de atendimento. Quando o medico aperta o botão de chamada, três TVs de LCD instaladas na recepção anunciam o nome e exibem a foto do paciente”, detalha Verlânio. Na verdade, nem sempre o sistema chama o paciente pelo nome: muitas vezes a pessoa é chamada pelo apelido, caso prefira assim. “Fizemos isso porque existem pessoas que não sabem ler, e portanto, perderiam a chamada de uma senha”, diz ele.
Da chamada em diante, todas as etapas de atendimento são registradas: isso permite a elaboração de relatórios que incluem os de tempo média entre etapas. “Certa vez, notamos que no Tomba o atendimento continuava demorando – o sistema mostrava que as pessoas esperavam muito entre sua entrada e o momento da consulta. Tivemos até de demitir médicos, porque eram eles que estavam causando esses atrasos faltavam OU não chegavam na hora”, completa Verlânio.
As equipes dos postos demoraram um pouco a criar familiaridade com o sistema, mas hoje fazem uso dele com facilidade. Os médicos, muitos vindos de outros estados, tem colaborado sugerindo características de sistemas que viram em outros locais de trabalho. “Até gente da Alemanha e da Suíça já veio ver nosso sistema”, conta Verlânio, com orgulho. Agora, o Sistema de Saúde Digital já está nos 32 postos de saúde de Feira de Santana.
Sistema de Saúde Digital
Órgão Responsável: Prefeitura Municipal Feira de Santana
Portal: www.feiradesantana.ba.gov.br
Parceiros de implementação: Freire Informática, Softwell, IN9 Mídia.
Custo: R$ 3,5 milhões.
Usuários: Profissionais dos postos de saúde da Prefeitura.
Fornecedores: Proad Informática (servidores, desktops, notebooks, storage e hardware de comunicação de dados), Freire informática (aplicativos de mercado, integração de sistemas e consultoria), Softwell (desenvolvimento), N1 Alvarion (consultoria), Oi (serviços de telecomunicações), ultra Informática e Lucidata.
Data de início do projeto: Abril de 2009.
Principais benefícios do projeto: aumento da qualidade no atendimento dos usuários do sistema de saúde do município.